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Empresárias contam como montaram a empresa dentro de casa

O relógio marca 10 horas de uma manhã chuvosa em São Paulo. No noticiário, mais um recorde na capital paulista: 150 quilômetros de congestionamento. Apesar do caos, a designer Vivian Suppa, 52 anos, não mudou sua rotina. Acordou, caprichou no visual, tomou um bom café e está mais disposta do que nunca para mais um dia de trabalho. Bem-humorada, responde a dezenas de e-mails e negocia o prazo de uma ilustração. Tudo sem sair de casa. Seu birô de projetos gráficos funciona no espaço de uma suíte que ela transformou em escritório. São 18 metros quadrados preparados para atender as necessidades de uma empresa moderna, conectada com o mundo, que tem clientes no Brasil e na França.


Vivian Suppa, SUPPA DESIGN
ATUALIZAÇÃO >>> Livros, catálogos e revistas estrangeiras, além de pelo menos duas viagens por ano ao exterior, ajudam a designer a se atualizar com as últimas tendências na área de ilustração no mundo

APARÊNCIA IMPECÁVEL >>> Cumprir rotinas diárias é um dos principais segredos para se adquirir disciplina no trabalho e não ter a sensação de que todo dia é feriado. A empresária sempre escolhe com cuidado sua roupa e capricha na maquiagem, como se fosse para o escritório. Há muito tempo deixou de lado o hábito de tomar o café da manhã de pijama

CONTABILIDADE >>> Apesar de as contas de água, luz e telefone serem comuns para a casa e o ateliê, as entradas e saídas de capital são controladas, para que parte do faturamento da empresa seja reinvestido no negócio
Da bancada com dezenas de lápis coloridos e muito papel saíram projetos premiados, como o livro Contos de Grimm, de Walcyr Carrasco, vencedor do Prêmio Jabuti 2007. É ali, em meio a quadros e bonecos assinados por ela, que Vivian dá expediente. “Comecei a trabalhar em casa quando era membro da Maison des Artistes, em Paris. Não me vejo presa no trânsito e escrava de horários”, diz. O modelo de negócio já tem mais de dez anos e não incomoda a clientela. A ilustradora faz trabalhos para boa parte das editoras brasileiras, além de agências de publicidade como DM9, África e WBrasil, que lhe garantem um faturamento mensal de R$ 22 mil. Sem funcionários, é a própria Vivian quem marca as reuniões e atende o telefone. Na falta dela, uma secretária eletrônica se encarrega dos recados. A empreendedora revela que o mais difícil foi convencer os filhos e a diarista de que existia uma “porta imaginária” entre a sala de jantar e o escritório. “Vez ou outra, eles ainda dão uma escorregada, mas de um modo geral tudo funciona bem”, afirma. “Só vejo vantagens em trabalhar em casa.”

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